Profundamente ligado à génese das terras de Valdevez, o castelo românico de Santa Cruz, em Vila Fonche, assume um papel de particular interesse na história local.
Até ao século XII, Valdevez foi, com a toda a probabilidade, cabeça de toda a Ribeira-Lima. Rapidamente assumiu uma posição estratégica de apoio real a uma linha defensiva de fronteira com a Galiza, assente no eixo Monção-Lindoso. Representava a retaguarda dos castelos de Monção, Melgaço e Castro Laboreiro.
O Julgado de Arcos de Valdevez tem como sua primitiva cabeça o Castelo de Santa Cruz, como entidade física de apoio à defesa, segurança e, simultaneamente, estimulo de fixação de populações.
A nova estratégia régia de reforço e dinâmica de defesa assente nos castelos de fronteira, empreendida a partir do século XIII, com estruturas mais complexas, agora não só de defesa mas sobretudo de ataque, condenam os antigos castelos, de forma que nas Inquirições de 1258 Santa Cruz surge já abandonado.
Actualmente é possível discernir no local ocupado pelo gigantesco bloco granítico traços gerais da antiga estrutura defensiva, com vestígios da elementar cerca, baixa, e dos alicerces da torre de menagem, situada no topo mais alto do afloramento pétreo.
Ocupando um promontório a Oeste da Vila, local original de um castelo medieval, o Santuário de Nossa Senhora do Castelo alberga um dos cultos mais ancestrais e importantes do concelho, que movimenta centenas de pessoas e decora com tapetes floridos as artérias principais do burgo arcuense.
Inicialmente, as festividades efectuavam-se em Maio, Junho e Julho, sendo que actualmente têm lugar em Maio/Junho, no Domingo de Ascensão, ou seja, 40 dias após a Páscoa, considerando-se o principal dia da romaria o Domingo, em que a imagem de Nossa Senhora regressa da vila para a sua ermida, situada no Monte do Castelo, onde permanecerá por mais um ano, e de onde tinha saído, dias antes, para a Igreja de Vila Fonche e desta para o templo da Vila: a Igreja Matriz.